terça-feira, 6 de outubro de 2009

Poder público em Ibiúna: o cabidão do emprego

Fernando Moraes e Carlos Marques Jr

Ibiúna está estagnada, não se desenvolve, falta emprego, tem resultados pífios no esporte, não tem opções de lazer, a média salarial que se paga é baixa, o Índice de Desenvolvimento Humano é medíocre e tem uma saúde que o Brasil inteiro já conhece. São tantos problemas que, se citarmos todos, esta página inteira seria insuficiente. É vergonhoso o estado que o município se encontra. No meio disso tudo, quem se sai bem são os apadrinhados políticos, que, com as migalhas ou fortunas que recebem em troca, se deliciam como se fossem reis caolhos em terra de cegos.

Em meio a esta situação caótica, que perspectivas o ibiunense tem para garantir um futuro com boas condições de vida? Nenhuma. Resta apenas participar deste jogo sujo. E só.

Por mais que as pessoas tentem fechar os olhos, não é difícil ver parentes e amantes de políticos ocupando cargos altamente estratégicos com competência duvidosa, casal ocupando pastas diferentes de secretarias públicas, dando um ‘migué’ danado, esclarecendo que marido e mulher não são parentes, jornalista ocupando ao mesmo tempo diretoria de jornal e assessoria de imprensa da Câmara. É cada absurdo que chega a dar vergonha em dizer que somos ibiunenses. Ética: palavra em desuso; aplicação numa frase: nem mil faculdades são capazes de mudar o caráter de pessoas sem ética.

Talvez nosso maior problema – nos incluímos na história também - seja a pouca preocupação com a educação e com a cultura. Uma comunidade civilizada, culta, educada, jamais faria vista grossa para esta situação em que Ibiúna se encontra, na qual aqueles que mais contribuíram para que o caos se instalasse só esperam o próximo tijolo da barragem da represa se romper, para fazer sua grande festa.

Este editorial é um apelo aos ibiunenses, para que não compactuem com esta situação e mostrem que pensam, o mínimo que seja, em terem, no futuro, uma cidade mais desenvolvida. Pois, com a regressão que estamos vivendo, estamos deixando de ser uma grande fazenda para voltarmos ao estado feudal.